segunda-feira, 21 de junho de 2010

Informativos Relevantes

INFOATIVO.DEFNET Nº 4433 - ano 14 - 18/06/2010
EDIÇÃO EXTRA
Editor Responsável - Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade - CREMESP 103282
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RETRANSMITE E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET

Tecnologia e inclusão
Data de publicação 11 June 2010
Projetos da Faculdade de Medicina e da Prefeitura de São Paulo auxiliam pessoas surdas e portadores de baixa audição
Por Márcia Scapaticio

A utilização de tecnologia se expande para diversas áreas do conhecimento e provoca impactos no cotidiano dos cidadãos. Projetos desenvolvidos pelo Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina (HCFMUSP), e pela Prefeitura da cidade de São Paulo, embora tenham características diferentes, procuram beneficiar, por meio da tecnologia, as pessoas que possuem baixa audição ou surdez.
No HCFM, o Grupo de Implante Coclear é coordenado pelo professor Ricardo Ferreira Bento e existe há 19 anos, trabalhando com a tecnologia criada nos Estados Unido, onde, em 1975, foi realizada a primeira cirurgia. No Brasil, a primeira experiência aconteceu em 1977, mas, como os recursos eram inferiores, os resultados não foram satisfatórios. De acordo com Robinson Koji Tsuji, médico integrante do grupo, “a partir de 1990, o HC desenvolveu o implante brasileiro, chamado FMUSP 1, e com isso começou o nosso programa. Naquela época era muito difícil importar equipamentos, mas com a abertura das importações, ocorrida no governo Fernando Collor de Mello, era mais fácil importar do que fabricar os produtos. Infelizmente faltou incentivo governamental, o que parou as atividades no Brasil e hoje todos os equipamentos são importados”, explica Tsuji.
como funciona o implante coclear
A prótese é parcialmente implantada na parte interna do ouvido e na parte externa fica acoplado um aparelho ao redor da orelha. “É uma prótese mais potente do que a tradicional, é uma revolução, pois antes de existir esse implante os pacientes não tinham chance de tratamento e as possibilidades eram limitadas”, afirma o médico. Os bons resultados aparecem quando a cirurgia é feita em crianças até os três anos de idade, que podem crescer como ouvintes normais. Tsuji ressalta que “uma pessoa que nasce ouvindo e, por algum motivo, fica surda, pode se submeter à cirurgia e obterá um bom resultado; mas, quem nasceu com surdez e hoje está com 30 anos, por exemplo, não será beneficiado, pois o nervo da audição e o cérebro não conseguirão aproveitar o implante”, confirma. O atendimento inicial e a triagem são feitos por um cadastro que deve ser preenchido no site do Grupo de Implante Coclear.
Como o procedimento cirúrgico varia de acordo com o histórico dos pacientes, e ainda não é possível atender a toda a demanda, as pessoas surdas ou indivíduos com baixa audição precisam de atenção e atendimento personalizado, para poder usufruir dos serviços públicos. Para exemplificar o que pode ser feito no sentido de aproximar essa parte da população, um projeto em fase de teste acontece na Subprefeitura da Sé. A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) disponibiliza uma central de atendimento com terminais de computadores e vídeos instalados em diferentes pontos do Serviço Público Municipal. Utilizando os telefones públicos específicos ou indo até a Subprefeitura da Sé, a comunidade surda também pode ter acesso a informações pelo telefone 156, por meio dos intérpretes da Central de Libras, intérpretes e guias-ntérpretes (CELIG).
O gerente de atendimento da Subprefeitura da Sé, Éder da Silva Fernandes, diz que “os serviços oferecidos são internos, como pedidos de alvará, tributos, IPTU e taxa do lixo. Muitas vezes, os pedidos iniciais são feitos aqui e depois repassados para outras secretarias”, afirma.
Paulo Vieira e Odirley Faria são assistentes técnicos e membros da SMPED. Faria é intérprete de libras e Vieira é surdo-mudo. Para Vieira, “a comunidade surda tinha dificuldade de acessar as informações e serviços da Prefeitura, por causa da língua diferenciada. Verificamos a importância de ter uma comunicação na língua de sinais brasileira, o que deixa claro que, assim como o inglês é outra língua, a de sinais também deve ser entendida assim”.
Pela primeira vez no Brasil, foi organizada uma iniciativa dessa natureza, e a solução tecnológica é importante para a sua disseminação. De acordo com Faria, “já são 20 locais e, até dezembro, pretendem alcançar o número de 56 pontos no município de São Paulo. O desafio é disponibilizar o acesso para que o usuário utilize esse serviço da própria casa”, completa.
Embora a demanda ainda seja pequena, Faria e Odirley contam que cidades do interior de São Paulo já manifestaram interesse em reproduzir o projeto piloto, fato relevante para a divulgação e validação do mesmo e que tornaria o recurso mais acessível à comunidade surda.
Os implantes cocleares também atraem pessoas de diversos locais do País. Tsuji menciona o site como uma boa ferramenta para esclarecer as dúvidas e agilizar o processo das consultas: “A triagem é feita através da internet e nos ajuda a selecionar quem está realmente apto para o procedimento cirúrgico, o que evita frustrações sobre o tratamento”. Por isso, o grupo realiza avaliação social e psicológica, para um tratamento mais completo e que pode ser feito através do Sistema Único de Saúde.
No Brasil já existem dez centros de implantes e o Centrinho, em Bauru, é um deles. Segundo Tsuji, “o ideal seria, além de expandir esses locais, realizar o diagnóstico precoce, logo no nascimento da criança, através do chamado teste da orelhinha”. O aumento da especialização de profissionais desta área também deve ser considerado, “o que já acontece nas faculdades de Medicina”, completa.
Para Vieira, “a ausência de audição resulta numa língua diferente, mas guarda as suas similaridades, por isso é importante divulgar a língua de sinais e entendê-la como tal, visto que há algumas restrições no perfil de quem pode se submeter ao implante. O fundamental é respeitar as diferenças e trabalhar em conjunto, para que o acesso a serviços e produtos esteja ao alcance de todos”, reforça.
Serviço: Grupo de Implante Coclear do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
Tel.: (11) 3898-2210 (11) 3898-2210 Site: www.implantecoclear.org.br
Celig
Tel.: (11) 3397-1200 (11) 3397-1200 celig@prefeitura.sp.gov.br FONTE http://espaber.uspnet.usp.br/espaber/?p=10381



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