A IMPORTÂNCIA DA VIVÊNCIA CIENTÍFICA NA FORMAÇÃO DOS
GRADUANDOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Everton José Fonseca da Silva
Luciana Mafra Leite
Orientador: Prof. Ms. Marcelo Paula de Melo
Resumo: Apresenta a importância da participação nos eventos científicos na formação dosestudantes do curso de graduação em Educação Física. Considera que os eventos científicos criam a possibilidade de interação entre os estudantes e os profissionais de várias áreas e favorece o acesso a novas informações. Os resultados apontam que os eventos científicos podem auxiliar no desenvolvimento da formação acadêmica dos estudantes.
Palavras-chave: Educação Física – Eventos científicos; Pesquisa; Aperfeiçoamento;
Abstract: Presents the importance of participation in scientific events in the training of graduate students Course in Physical Education. Considers that the scientific events create the opportunity for interaction between students and professionals from various areas and facilitates access to new information. The results show that the scientific events can assist in the development of academic training of students.
Key words: physical education - Events scientific, research, improvement;
INTRODUÇÃO
A área de educação física foi passando por intensas mudanças nos últimos 30 anos. Uma dessas mudanças foi à aproximação da área com a produção do conhecimento e a criação de programas de pós-graduação. Num primeiro momento isso se deu com a formação pós-graduada de muitos professores de educação física em outras áreas. Tanto nas áreas de ciências humanas como nas áreas de ciências biológicas, tem sido comum a realização de mestrados e doutorados por professores de Educação física e outras áreas. Na área de Humanas, em geral esse caminho se deu via mestrados e doutorados em educação. Posteriormente outras áreas como História, Sociologia tem sido alvo da atenção de professores de educação física para darem continuidade a seus estudos.
Conforme mostra Valter Bracht (2007), a educação física ainda encontra-se em processo de consolidação acadêmica. Isso se expressa no baixo número de programas de pós-graduação em educação física quando comparados com outras áreas.
Nesse sentido, assistimos à profusão de eventos científicos. Em áreas mais consolidadas os estudantes de graduação vão se inserindo nesse processo através de programas de Iniciação Científicas ao longo de seu curso e apresentando paulatinamente seus estudos. Na educação física isso ainda não é uma questão central do curso.
O objetivo desse texto é debater a relevância da vivência científica na formação da graduação em educação física. Para isso, iremos nos valer da experiência primeira de participação em eventos científicos de um grupo alunos da graduação em educação física da UNIABEU. Esse texto tem um pouco da conotação de relato de experiência.
DESENVOLVIMENTO
Os eventos científicos são uma fonte essencial na busca de novos conhecimentos, tem como finalidade reunir profissionais e estudantes de uma determinada especialidade para trocas de informações de interesse comum aos participantes. Para Campello (2000, p.62), os eventos científicos podem desempenhar diversas funções: encontros como forma de aperfeiçoamento de trabalhos científicos, uma vez que os trabalhos apresentados mudam substancialmente após apreciação nos eventos; encontro como reflexo do estado da arte, pois os trabalhos apresentados durante os eventos podem refletir o panorama da área e o perfil dos seus membros e encontros como forma de comunicação informal, pois as conversas informais com seus pares constituem parte importante dos eventos. Os eventos científicos assumem um papel de grande importância no processo da comunicação científica na medida em que a transmissão de idéias e fatos novos chega ao conhecimento da comunidade científica de maneira mais rápida que aquelas veiculadas pelos meios formais de comunicação.
É de extrema importância que os estudantes de Educação Física, participem de eventos científicos, pois isso mostra seu interesse na área além de valorizar este profissional no mercado de trabalho através dessa busca pelo conhecimento. Para Paiva (apud Mello, 1994) “conhecer é a forma mais competente de intervir, a pesquisa incorpora necessariamente a pratica ao lado da teoria, num processo de formação do sujeito crítico e criativo, que encontra no conhecimento a arma mais potente de inovação”.
Dentre as atividades pode-se destacar a importância da participação dos estudantes em eventos científicos e o que isso representa para a sua vida acadêmica e profissional. Kuh (1996,apud TACHIBANA; PAVANI; BARIANI, 2004, p.90) destaca que as atividades e experiências vivenciadas fora da sala de aula trazem inúmeros benefícios ao universitário, tais como maior segurança, auto-estima e valores altruísticos.
Notamos como a alegoria do mito da caverna de Platão nos serve para compreender como há um grande desconhecimento do conjunto dos estudantes da graduação em educação física de nossa universidade da relevância de se tomar parte de tais eventos.
O mito da caverna, de Platão, é a colocação mais clara para que possamos entender e responder esse questionamento. Então vamos a ele, segundo Alvarenga (2005, p.45), mito da caverna: A caverna representa o mundo terrestre e nós os "cavernosos" (ou habitantes da caverna). Neste contexto, situa o filósofo como aquele que consegue sair da caverna e ver a idéia como ela é no mundo superior. Temos o seguinte relato:
“Imaginemos um grupo de pessoas que nasceram, cresceram e vivem no interior de uma caverna subterrânea. Essas pessoas sempre estiveram de costas para a entrada da caverna, pois têm acorrentados seus pés e pescoço, de maneira que tudo que podem ver é a parede do fundo da caverna. A entrada fica numa parte alta da caverna; nessa entrada, situada no nível da estrada, existe um muro a meia altura. Por trás desse muro passam figuras de formas humanas, sustentando outras figuras que se eleva para além da borda do muro. Sombras são projetadas na parede da caverna, devido a uma fogueira queimando por trás dessas figuras. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este “teatro de sombras”. Como as pessoas estão ali desde que nascera, acham que as sombras que vêem projetadas na parede da caverna são as únicas coisas que existem” (IDEM, p. 47).
Podemos comparar então a faculdade com a caverna, por mais que o ensino da instituição seja o melhor possível, o graduando vai estar na caverna, sempre vai faltar algo. É necessário que os estudantes saiam da caverna e vão em busca da luz do conhecimento. A vivência científica na maioria das vezes é o que falta, é o que está do lado de fora da caverna.
Com a participação em eventos científicos os estudantes de Educação Física têm a oportunidade ainda que na graduação especializar-se em áreas de seu interesse no grande campo do curso. Quando o estudante procura se especializar, participando de eventos científicos ele tem a oportunidade de conhecer alunos e professores de outras instituições, mestres, doutores, profissionais renomados com quem poderão trocar informações para sua atuação profissional.
Com a vivência científica podemos nos qualificar melhor para nossa formação profissional e darmos um passo a frente com relação ao demais para um emprego melhor, ou até mesmo um status melhor. Um profissional que não procura participar de eventos científicos está sujeito ficar muito desvalorizado no mercado de trabalho, tornando assim mais difícil o seu acesso e permanência na área de atuação. Cada profissional é responsável pela sua formação, pois a universidade lhe dará o estudo necessário para que ele pesquise e se aprofunde em tais temas. A pesquisa deve ser fazer parte do dia-dia dos estudantes, não se deve encarar a pesquisa como coisa de gente sofisticada, ou somente de pessoas renomadas, já que os estudantes podem fazer parte das pesquisas tendo assim uma visão mais crítica sobre os diversos assuntos. Dessa maneira, necessário que os alunos expressem de uma maneira mais formal o conteúdo que lhe foi passado e assim desenvolver uma maneira interpretar, desenvolver e formular para se tornar uma pessoa mais crítica.
A vivência científica nada mais é que: a troca de conhecimentos, oportunidades de fazer contatos, oportunidades de abrir horizontes, oportunidades de trabalhos. Na vivência científica você descobre áreas de atuação que você nem imaginava existir ou você não imaginava que abrangia a sua área. Você tem idéias de pesquisas, idéias de teses. La você começa a desenvolver o hábito da pesquisa, da leitura; Você começa a conhecer autores e deles tirar proveito para si de seus inúmeros textos. Para TANI (2007) Mudanças sociais, tais como o conhecimento cada vez mais promovido sobre a importância e promoção da saúde, está intimamente ligada às atividades físicas. São criadas novas alternativas de emprego para os profissionais de Educação Física como: academias de ginásticas, centros de saúde, hotéis, agências de eventos, etc. Neste cenário, cabe à Educação Física, ocupar, vincular, ou não, a prática de atividades físicas. Disso dependerá a qualidade dos serviços oferecidos na área, que está diretamente relacionada à qualidade de formação profissional.
Enfim são vários os benefícios, poderia ser escrito em páginas e mais páginas. Mas a intenção não é que você acredite na importância lendo, mas sim, vivenciando.
Com a participação em eventos científicos os estudantes de Educação Física têm a oportunidade ainda que na graduação especializar-se em áreas de seu interesse no grande campo do curso. Quando o estudante procura se especializar, participando de eventos científicos ele tem a oportunidade de conhecer profissionais renomados com quem poderá trocar informações para sua atuação profissional, e ver de perto como se desenvolve um trabalho e como ele vai ser apresentado. Tudo isso o ajudará num futuro bem próximo quando for a vez do mesmo está apresentando sua própria pesquisa. Isso significa que o graduando participando de eventos desse tipo estará sendo educado para a pesquisa científica dentro da área de conhecimento, e como diz Demo P (2003, pag10) “A educação pela pesquisa consagra o questionamento reconstrutivo, com qualidade formal e política como traço distintivo da pesquisa. Numa parte é mister superar a visão unilateral de considerar como pesquisa apenas seus estágios sofisticados, representados pelos mestres e doutores”.
Nada disso é possível se os estudantes de educação física participem dos eventos científicos. Participando, eles com certeza terão uma visão mais critica e mais argumentos e assim ficará visado com bons olhos por outros profissionais tanto na área da saúde quanto na área da educação, pois o educador físico deve-se valorizar no mercado e a melhor maneira de isso acontecer é com a participação nos eventos científicos. Por isso os estudantes não devem ficar aprisionados na caverna e com correntes, deve-se libertar e ir a busca de conhecimento, vá em busca do que de melhor sua profissão pode te oferece. VALE MUITO A PENA!
Nosso primeiro congresso foi o X Seminário o lazer e debate, em Minas Gerais, Belo Horizonte. Quando chegamos lá nos surpreendemos, não imaginávamos que seria tão bom quanto foi. Lá podemos conhecer pessoas de vários estados do Brasil, interagir com diversos pesquisadores por qual interessamo-nos por várias pesquisas e pensamos um dia em apresentar nossa pesquisa também. Inclusive podemos interagir com um pesquisador que estávamos estudando e isso nos deu um entusiasmo maior em ler os livros e textos dos autores para tirar dúvidas e fazer críticas sobre o que foi lido.
Essa experiência com certeza nos deu mais vontade de participar dos eventos científicos, e iniciar pesquisas para aprofundar nosso conhecimento e buscar novos conhecimentos com professores, mestres e doutores renomados no campo da Educação Física.
Conclusão
Diante disso, concluímos a necessidade da graduação em educação física perspectivar a participação constante dos alunos nos eventos científicos. O incentivo se dá em programas de Iniciação científica, realização de eventos como este que agora está ocorrendo, o apoio institucional como o tivemos no caso do X seminário O Lazer em debate.
Referências bibliográficas
BARBOSA, Claudio Luis de Alvarenga. Educação física e filosofia: a relação necessária / Claudio Luis de Alvarenga Barbosa. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
BRACHT, V.. Educação física & ciência: cenas de um casamento (in) feliz. 3ª. ed. Ijuí/RS: UNIJUÍ, 2007
CAMPELLO, Bernadete Santos. Encontros científicos. In: CAMPELLO, Bernadete Santos; CENDÒN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Marguerite (Org.). Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.
DEMO, Pedro – Educar pela pesquisa/Pedro Demo – 6 ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2003. – (Coleção educação contemporânea)
PAIVA V (Org.). 1994. Transformação produtiva e eqüidade - A questão do ensino básico. Papirus, Campinas. MELLO, G. N. 1993. Cidadania e competitividade, Cortez, São Paulo.
TANI, Go. Avaliação das condições do ensino de Graduação em Educação Física: Garantia de uma formação qualidade. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. São Paulo, V. 6, nº 2, p. 55-70, 2007.
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