segunda-feira, 12 de outubro de 2015
É PROIBIDO MIAR: COM AUDIODESCRIÇÃO E LÍNGUA DE SINAIS.
É proibido Miar!
Um movimento crescente tem levado artistas do palco a utilizar recursos de acessibilidade, como audiodescrição (relato do que se passa em cena para espectadores com deficiência visual) e interpretação em Libras (a língua de sinais para entendimento dos espectadores surdos). Mas os criadores da peça infantil É Proibido Miar, que estreou na Sala Álvaro Moreyra, em Porto Alegre, resolveram radicalizar: incorporaram esses recursos na própria dramaturgia. São os atores que descrevem o que se passa em cena e realizam a interpretação em Libras, tudo isso enquanto atuam.
A motivação vem do tema do respeito à diferença tratado no espetáculo, uma adaptação do livro de Pedro Bandeira de mesmo título dirigida por Denis Gosch. É a história do cachorrinho Bingo (vivido por Joana Amaral), que faz amizade com um gato. No momento solene do primeiro latido, Bingo surpreende a família com um miado. Após a rejeição, tem início sua desventura: ele é levado pela carrocinha e segue sofrendo preconceito de outros cachorros.
Também integram o elenco Dani Dutra, Douglas Dias e Juliana Kersting, que teve a ideia da adaptação porque ainda guarda na memória a emoção da primeira leitura do livro de Bandeira, quando tinha oito anos:
"Eu me identifiquei. Tinha um irmão mais velho que era especial, então talvez tenha a ver com essa relação. A leitura ecoou essa minha experiência de lidar com a diferença desde que me entendo por gente. Lá por 2012 ou 2013, mostrei o livro para o Denis com a ideia de montar o espetáculo".
Esta é a primeira produção da MA Companhia – Teatro, Dança e Assemelhados (lê-se “má companhia”), que reúne artistas que já trabalharam juntos em coletivos como Sarcáustico, Muovere e Macarenando, entre outros. Sobre os próximos projetos, Gosch explica:
"Agora, estamos com esse desfio da acessibilidade. Ainda tenho vontade de experimentar muitas coisas com Libras. Me encanta o gestual. Como eu tenho uma relação com a dança, tenho vontade de desenvolvê-lo coreograficamente".
Meia hora antes de cada sessão, os atores receberão o público para um “tour tátil”, uma oportunidade para tocar no cenário e nos figurinos, propositalmente criados com diferentes texturas.
Origem: Zero Hora.
Fonte: Blog da Audiodescrição. Acesso em
http://www.blogdaaudiodescricao.com.br/2015/10/e-proibido-miar-com-audiodescricao-e-lingua-de-sinais.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+BlogDaAudiodescricao+%28Blog+da+Audiodescri%C3%A7%C3%A3o%29
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