domingo, 31 de maio de 2015

UNIFESP: 1º SEMINÁRIO DISCURSO, MÍDIAS, PESQUISA E ENSINO.

COMUNICAÇÃO ORAL APRESENTADA DIA 28 DE MAIO 2015. INSTRUMENTALIZAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Christiane Maria Costa Carneiro Penha, Katia Barbosa da Silva Peres e, Antonio Ricardo Penha. RESUMO: Basta um olhar atento sobre a oferta de novas tecnologias nas escolas do país para identificarmos que a distribuição desses recursos são insuficientes. Alguns autores (Edith Litwin, 2007; José Armando Valente, 2008; Andrea Ramal & Buffara, 2008) chamam atenção para este fato, e afirmam, que as tecnologias não estão disponíveis para professores e alunos de forma democrática. Destaca - se entre esses recursos tecnológicos a plataforma Educopédia, um a idealização de Rafael Parente, cujo projeto tem em sua essência, potencial de mudança no processo de construção de conhecimento junto aos alunos, além de facilitar e potencializar, o trabalho dos professores. A Educopédia é uma plataforma online que visa proporcionar aos professores da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro uma fonte de postagens e consulta com dicas para ministrar suas aulas em todos os níveis da Educação Básica. OBJETIVO: o presente estudo objetiva analisar, como a Plataforma Digita l Educopédia ajuda a percepção de ensino e, aprendizagem, dos acadêmicos dos cursos de licenciatura de um CENTRO UNIVERSITÁRIO, que enfrentam dificuldades em sala de aula, durante a prática do estágio em turmas do ensino fundamental, objeto da avaliaçã o da 6ª. Coordenadoria Regional de Educação do Município do Rio de Janeiro. METODOLOGIA: em sua metodologia a mídia Educopédia oferece atividades autoexplicativas, com exercícios lúdicos e práticas para o desenvolvimento do plano de aula. As orientações cu rriculares de cada ano e disciplina foram divididas em 32 aulas digitais, que correspondem às semanas da ano letivo, retiradas àquelas voltadas para avaliações revisões. As atividades incluem exibição de vídeos, animações, podcasts, mini - testes e jogos, se guindo um roteiro pré - definido que obedecem a teorias de metacognição, isto é, através do exercício de reflexão sobre a maneira como se apresenta, repensa - se à cerca dos processos do pensamento individual (EDUCOPEDIA, 2013). RESULTADOS: os resultados obtid os são positivos, e constata que a Educopédia oferece recursos para aproximar o aluno dos processos educacionais disponibilizados pelas novas tecnologias, onde a tarefa humana de ensinar, com o auxílio de ferramentas digitais pode ser considerado um trunfo que viabiliza positivamente o desenvolvimento de ensino - aprendizagem. Fornece também a professores, recursos multimídias de pesquisa permitindo a contextualização de dados nas diferentes formas de construção do conhecimento, virtual e presencial. Palavras – chave: Educopédia; Plataforma online; Novas Tecnologias. DISLEXIA E DESINFORMAÇÃO: UMA ANÁLISE DISCURSIVA ACERCA DO BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR - Valdilene Fabrício de Menezes. Resumo: Apesar de grandes inovações pedagógicas, dos recursos multimídia , de equipes multidisciplinares, da inteligência e de oportunidades socioculturais, algumas crianças falham no processo de aquisição da linguagem. Será um indício de dislexia? Não é raro confundirmos dislexia com problemas de adaptação escolar, dificuldade s naturais no início da alfabetização, desmotivação nas atividades escolares ou até mesmo, indisciplina. Matias (1996) considera a dislexia um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na leitura, escrita e soletração. É também vista como fator genético, o que a faz motivo de inquietação para pais, docentes e pesquisadores. Para Ivan e Luciana Isquierdi (2008) o grande problema do diagnóstico, (quando este acontece) consiste em que ele não é feito corretamente, pois, na maioria das vezes, é feito por leigos sem nenhum tipo de informação ou observação primária para que depois, a criança seja encaminhada ao profissional habilitado e logo, medidas emergenciais sejam tomadas. A linguagem é ferramenta principal no desenvolvimento e construção de saberes nos discen tes. Sem a língua não haveria a comunicação, sem a comunicação não haveria os símbolos e sem eles, não haveria o aprendizado. Quando isto ocorre, a criança frustrada absorve problemas de variadas ordens, inclusive, social. O disléxico encontra muita dificuldade em ler e entender, e por isso, seus problemas só aumentam. Eles confundem letras e sílabas, trocam o “a-o” ,“o “ e-d “, o “ n-h “, o “p-b”. Além disso, a escrita dessas crianças é carregada de defeitos e se percebe uma irregularidade de desenhos nas letras, ora feitas de uma forma, ora de outra, o que pode ser indício de falta de concentração e raciocínio. Nossos objetivos quanto ao estudo desta pesquisa é analisar o discurso do professor de ensino fundamental acerca da dislexia e identificar a desinformação do mesmo como principal causa do baixo rendimento escolar do disléxico. A metodologia será qualitativa, em escola pública, onde coletaremos os dados a partir de entrevistas semi-estruturadas, gravadas e devidamente permitidas através da assinatura do TLC por parte dos sujeitos que serão um grupo de 40 professores. Esta pesquisa se dará através dos procedimentos analíticos da Análise de Discurso. Esperamos como resultado, Identificar a desinformação do docente; melhorar suas condições de trabalho atr avés de informação, promover palestras, debates e oficinas com dinâmicas inclusivas e reflexivas sobre práticas educacionais. Palavras - chaves: Discurso; Dislexia; Pesquisa e Ensino. RESUMOS DE PALESTRAS E MESAS REDONDAS: dia 28 de maio de 2015. 16h - Palestra de abertura: Frases sem texto: fenômeno discursivo, circulação na mídia e desdobramentos em ensino/pesquisa. Profa. Dra. Maria Cecíia Perez Silva-e-Souza (PUC/SP). A mídia contemporânea é grande consumidora das chamadas frases sem texto, as quais, por serem interpretadas em um momento e espaço público dados, ajudam a construir questões políticas e sociais. Daí a importância de interpretá-las em diversos contextos de ensino e pesquisa. 17h - Mesa Redonda 1 - Prof. Dr. Paulo Ramos (Unifesp). Profa. Dra. Ana Cristina Carmelino (Unifesp). Coordenação: Prof. Dr. João Kogawa (Unifesp). Tiras no ensino-aprendizagem: um assunto para comentar, compartilhar e até curtir. Prof. Dr. Paulo Ramos (Universidade Federal de São Paulo). As tecnologias de informação têm levado o campo dos estudos da linguagem a desenvolver novos conceitos para dar conta das mudanças trazidas pelas mídias virtuais. Letramentos digitais, multiletramentos e multimodalidade são três deles. Afora as diferentes perspectivas teóricas que possam nortear cada um dos conceitos, um possível ponto de convergência é a premissa de que as novas mídias são meios de produção de conhecimento, mesmo que isso ocorra em atividades ainda distantes do ambiente escolar, como os games e as redes sociais. Esta exposição objetiva demonstrar que o contato com uma dessas produções, as tiras virtuais, pode ser um instrumento bastante amplo de estratégias linguísticas de produção de sentido a serem trabalhadas em atividades de ensino-aprendizagem. Circulando em sites autorais, blogs e em redes sociais, esses textos multimodais demandam do leitor o domínio de diferentes mecanismos, tanto textuais quanto hipertextuais, que casam com as propostas de aplicação de gêneros que envolvam letramentos digitais (COSCARELLI; RIBEIRO, 2007) e multiletramentos (ROJO, 2012, 2014) no meio escolar. A análise irá tomar como base tiras nacionais para demonstrar como elas circulam nos variados ambientes virtuais e como se dá o contato interacional com aquele conteúdo. Porta dos Fundos no Ensino? Por que não? Profa. Dra. Ana Cristina Carmelino (Universidade Federal de São Paulo). As novas tecnologias modificaram radicalmente o modo de interação entre as pessoas e os modos de acesso à informação. Esse contexto contemporâneo tem levado os estudantes a terem contato com formas diferentes de leitura e de escrita. Do ponto de vista do ensino-aprendizagem, o novo cenário tem levado a dois comportamentos: os que ainda se ancoram nos métodos pedagógicos tradicionais e, por outro lado, aqueles que enxergam nas novas tecnologias formas de transmissão de conteúdos e de aprendizagem. Neste último caso, como aponta Prensky (2001), parte-se da premissa de que o acesso a games, vídeos e redes sociais podem representar fontes de saber. Baseados nesses preceitos, pretende-se, com esta exposição, demonstrar como vídeos humorísticos demandam variadas estratégias para a produção de sentido. O recorte de análise será uma mídia específica, esquetes criados pelo grupo brasileiro Porta dos Fundos para o YouTube. A análise mostrará que um gênero tão popular da internet e entre os alunos, se trazido para a realidade de ensino-aprendizagem, pode ser uma forma rica, e mais atraente, de domínio de conteúdos discursivos. 19h - Palestra 2: Alcances e limites das mídias na escola Profa. Dra. Maria da Graça Setton (USP) ! Ainda que o interesse entre educação e mídias venha crescendo de maneira significativa no campo universitário, muito ainda precisa ser feito. Neste sentido, a palestra visa fazer algumas considerações de ordem metodológica a fim de instrumentalizar a prática de pesquisa e reflexão sobre o tema. Tomando como base a dificuldade de se olhar o fenômeno da educação e das mídias como fatos articulados, busca-se trazer uma perspectiva relacional e processual dos dois processos com a intenção de ampliar e consolidar as representações sobre ambos. ! ! 29 de maio de 2015 ! 16h30 - Mesa Redonda 2: Profa. Dra. Beltrina Côrte (PUC/SP) Profa. Dra. Marina Mendonça (Unesp/Araraquara) Prof. Dr. João Kogawa (Unifesp) ! Coordenação: Prof. Dr. Carlos Renato Lopes (Unifesp) ! Os discursos da longevidade nas mídias Profa. Dra. Beltrina Côrte (PUC-SP) Para se entender os discursos vigentes sobre o longeviver humano é necessário retomar os discursos teóricos que fundamentaram os estudos sobre o envelhecimento e a velhice e como estes repercutem até hoje nas mídias e, consequentemente, em cada um de nós. O que elas falam sobre como e por que envelhecemos? Qual é a representação do discurso classificatório veiculado nos mais diversos veículos de comunicação? Afinal, qual é o discurso da mídia sobre a etapa da vida mais longa da existência humana? Estas questões norteiam o debate, o qual pretende chamar a atenção para a construção de discursos que levem à uma nova postura da sociedade ante a profunda mudança da estrutura etária da população. ! Práticas de escrita na escola e na mídia: reflexões sobre autoria Profa. Dra. Marina Mendonça (Unesp-Araraquara) A presença das pesquisas desenvolvidas pela Linguística em documentos oficiais direcionados ao ensino/aprendizagem, em materiais didáticos e em práticas de uso linguístico na escola é indiscutível e tem sido estudada nas últimas décadas. No entanto, há inúmeras atividades que envolvem aprendizagem informal de uso da linguagem que circulam na internet (em, por exemplo, sites educacionais, blogs de professores, aulas no YouTube) e que demandam novas pesquisas, já que complementam as atividades escolares no uso orientado pela curiosidade do internauta. Há também que se destacar, reforçando essas práticas de aprendizagem informal, a força do mercado editorial, que coloca em circulação publicações/guias para um bom desempenho no uso linguístico, como é o caso de periódicos que têm por público alvo principal o professor e em que se materializam discursos produzidos em diferentes esferas: científica, pedagógica, artística, entre outras. Considero aqui essa materialização do discurso da Linguística na mídia em contexto de aprendizagem informal. No caso, o recorte que faço é o discurso sobre “autoria” quando o tema é a produção escrita escolar. O interesse é destacar algumas abordagens do tema feitas por analistas do discurso brasileiros e refletir sobre sua ressignificação em discursos sobre as práticas de escrita escolares na mídia. ! A crítica na mídia: uma análise da recepção de I, Frankenstein Prof. Dr. João Kogawa (UNIFESP) Barthes nos diz que o mito é uma fala. Seguindo esse postulado, este artigo levanta algumas questões sobre o cinema na atualidade para compreender aspectos da “retórica da imagem” na sétima arte. A tecnologia 3D, mais do que um artefato técnico, é entendida aqui como potencialidade linguageira que atende a uma urgência atual: a inserção participativa do outro no mundo virtualizado. Nesse sentido, tomamos como ponto de partida as críticas feitas à nova versão do filme Frankenstein na mídia como um espaço de tensão entre uma retórica 3D – mito contemporâneo da inclusão participativa – e uma vontade de originalidade que visa inserir o filme em uma “tradição clássica”. ! 19h - Mesa redonda 3 Hipóteses de trabalho sobre/com relações intercenográficas Prof. Dr. Roberto Leiser Baronas (UFSCar/CNPq) Lígia Mara Boin Menossi de Araujo (UFSCar/Fapesp) Nesta comunicação, de natureza teórico-prática, com base em uma leitura discursiva de quatro outdoors, dados a circular em 2007 por conta de uma campanha publicitária de uma empresa brasileira de hortifrutigranjeiros, perscrutamos a hipótese de se tratar didaticamente tais plataformas discursivas com objetivo de auxiliar no trabalho de produção de textos e leitura na escola. Fundamentamos epistemologicamente e metodologicamente nossa proposição na tríade conceitual: cena englobante; cena genérica e cenografia, proposta por Dominique Maingueneau (2006) no âmbito dos estudos do discurso. Palavras-chave: Discurso; gênero discursivo, leitura e produção de textos na escola. Produzir textos no Ensino Médio: entre o ENEM e a multimodalidade Profa. Dra. Ana Elisa Ribeiro (CEFET/MG) O professor que atua com estudantes de Ensino Médio sabe a pressão que sofre em sala de aula com relação à “redação do ENEM”. A despeito da existência de quase fórmulas da boa escrita e do conhecimento de certos padrões para “ir bem” nesse episódio da vida estudantil, é importante tratar a produção de textos como uma competência para a vida e para todas as etapas da formação, inclusive a superior. Apresento, nesta oportunidade, alguns resultados de pesquisas e experiências que tenho tido com estudantes de terceiro ano do EM, em uma escola pública federal, especialmente aquelas que se relacionam à escrita de textos que demandam a orquestração de mais linguagens, tais como a imagem, por exemplo. Com base em alguns preceitos de Kress (2003) e na semiótica social, venho buscando compreender a produção textual desses jovens em relação à paisagem midiá tica atual. ! ! O conflito representacional acerca dos rolezinhos na mídia brasileira Prof. Dr. Paulo Roberto Segundo (USP) No final de 2013 e no início de 2014, os rolezinhos — encontros de jovens realizados, primariamente, em shopping centers de grandes centros urbanos — tornaram-se notícia nacional e centro de calorosas polêmicas na mídia brasileira, mobilizando especialistas de distintas áreas, que tendiam a polarizar os eventos como manifestações orientadas ora pela diversão, ora pela contestação social. Notícias, reportagens, editoriais e artigos de opinião sobre o tema tomaram uma série de jornais e portais na internet. A questão chegou, inclusive, a ecoar na imprensa internacional. Nosso objetivo, neste trabalho, é examinar essa polêmica representacional instaurada no debate público acerca dos rolezinhos, a partir de uma abordagem cognitivista (Hart, 2010, 2014; Chilton, 2005; Cap, 2013) aplicada aos estudos crítico-discursivos (Fairclough, 2003, 2010; van Dijk, 2003). Em termos metodológicos, resolvemos trilhar um caminho diferenciado: tomamos como ponto de partida a entrada Rolezinho na Wikipedia e, a partir daí, examinamos os textos hiperlinkados , buscando depreender que discursos circulavam acerca desses jovens e de seus encontros e de que forma as construções linguísticas instanciadas ativavam, potencialmente, determinadas conceptualizações que favoreciam posicionamentos ideológicos específicos. Nesse processo, detectou-se uma série de conflitos representacionais, que abarcavam desde a apropriação do espaço — público e/ou privado? —, passando pela segregação socioeconômica e chegando ao direito à manifestação e à propriedade. Fonte: UNIFESP. Acesso em http://seminariodimipesq.webnode.com/

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