terça-feira, 30 de junho de 2015
sexta-feira, 26 de junho de 2015
Introdução à História da Maçonaria: cursos de extensão na UERJ.
O Centro de Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro está com inscrição aberta para diversos cursos de extensão. São eles: Noções Básicas para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos; Sociedades Secretas: os Iluminatis; e Introdução à História da Maçonaria.
Sobre os cursos:
Introdução à História da Maçonaria:
O objetivo do curso é criar base para o desenvolvimento de uma pesquisa histórica crítica sobre a instituição conhecida como "Maçonaria", objetivando reduzir a defasagem entre os estudos históricos acadêmicos sobre o tema e os estudos desenvolvidos pela própria instituição maçônica. As inscrições podem ser feitas até 24 de julho.
Sociedades Secretas: os Iluminatis:
lluminati (plural do latim illuminatus, "aquele que é iluminado") é a denominação de diversos grupos, alguns históricos, outros modernos, reais ou fictícios. Comumente, o termo Illuminati tem sido empregado para referir-se aos Illuminati da Baviera, uma sociedade secreta iluminista fundada em 1º de maio de 1776. Nos tempos modernos, também é usado para se referir a uma suposta organização que controlaria os assuntos de vários Estados secretamente, normalmente como versão moderna ou como continuação dos referidos Illuminati bávaros, como sinônimo e cérebro por trás dos acontecimentos que levarão ao estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial. Este curso se propõe a analisar e relacionar os eventos que levaram à criação e desenvolvimento desta sociedade secreta pelo prisma da documentação histórica existente sobre o tema; seus manifestos e filosofia nos campos social, político e cultural, na Europa e, posteriormente, no Brasil, abordando os marcos históricos da sua atuação política, desde os governos da chamada República Velha até a atualidade. Abordaremos ainda a síntese filosófica entre o pensamento iluminista e o ideário positivista, no intuito de entender o pensamento desta sociedade no Brasil. Inscrições abertas até 24 de julho.
Noções Básicas para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos:
O curso tem por objetivo promover aos profissionais de saúde capacitação, senso crítico e interesse em projetos de pesquisa envolvendo seres humanos nas diferentes áreas de conhecimento. Além disso, permitir o reconhecimento de seu papel à contribuição da investigação científica. É uma excelente ferramenta para reciclagem e atualização dos profissionais. As inscrições seguem abertas até o dia 7 de setembro.
No site do Centro de Produção da Uerj – www.cepuerj.uerj.br é possível encontrar todas as informações dos cursos citados e fazer inscrição online.
CENTRO DE PRODUÇÃO DA UERJ:
Rua São Francisco Xavier, 524.
Maracanã, Rio de Janeiro, RJ.
1º andar, Bloco A, Sala 1006.
CEP: 20559-900.
Horário de atendimento na recepção: de 2ª a 6ª feira, das 09h às 17h.
Teleatendimento: (21) 2334-0639, de 2ª a 6ª feira, das 09h às 17h.
E-mail: cepuerj@uerj.br - Site www.cepuerj.uerj.br
Revista Ciência & Maçonaria
A Revista “Ciência & Maçonaria” é a primeira revista acadêmico-científica no Brasil dedicada a produção e divulgação de conhecimento em um campo de pesquisa cada vez mais estudado: a Maçonaria.
Acesso em http://www.cienciaemaconaria.com.br/index.php/cem
A MISSÃO PERMANENTE DA MAÇONARIA: Um sacerdócio maçônico.
Por Rubi Rodrigues.
Resumo:
O resgate da missão permanente da Maçonaria a qualifica como instituição a serviço da humanidade e a inscreve como representante atual de uma tradição milenar de Escolas de Mistério. A Maçonaria do século XXI está sendo beneficiada por conquistas culturais que lhe facultam levar a cabo o sonho acalentado pelos grandes iniciados de todos os tempos: disponibilizar um método racional capaz de libertar a mente humana da caverna platônica das ilusões. Obtém-se esse resultado, articulando as “doutrinas não escritas” de Platão, as conquistas culturais da modernidade e o saber esotérico cultivado na Maçonaria. Aqui, tentamos justificar essa tese.
Acesso em http://www.cienciaemaconaria.com.br/index.php/cem/article/view/36
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Joaquim Barbosa recebe o título de Dr. Honoris Causa pela Universidade Hebraica.
O ex-ministro do STF, Dr. Joaquim Barbosa, recebeu no ultimo dia 31 o título de Dr. Honor Honoris Causa pela Universidade Hebraica de Jerusalém.
Joaquim Barbosa veio a Israel acompanhado por uma delegação da Câmara de Comércio Brasil-Israel e foi recepcionado pelo atual Presidente de Israel, Reuven Rivlin.
A equipe da Moriah International Center esteve no evento e filmou este momento emocionante!
Informações em http://www.moriacenter.com/
domingo, 21 de junho de 2015
O voluntário anônimo.
por André Oliveira.
Assistimos todos os dias um índice crescente de aspectos sociais negativos, com sequelas e soluções de continuidade imensuráveis na saúde, educação e segurança pública.
Assistimos também o comodismo de muita gente que, acreditando ser invulnerável a todo e qualquer sinistro, esquivam-se de compartilhar, estão sempre com pressa, ignoram colaboração coletiva e omitem-se no próprio egoísmo. Lamentavelmente essas pessoas inertes ainda comungam aquela máxima de que: _pago meus impostos e exijo meus direitos_. Está na hora de rever seus conceitos.
Está na hora de ver o que se passa na sua rua e no seu bairro. Há muita atividade que poderia melhorar o convívio e a vida das pessoas se cada uma delas absorvesse o espírito do voluntariado. De uma simples ajuda a grandes mutirões se consegue resultados espetaculares e os beneficiados são para todos, sejam crianças, jovens e adultos.
Quem ainda comunga que o governo é culpado daquilo ou disso está vendo a vida passar e não se coaduna com a cidadania plena entre seres humanos. Há pessoas que são capazes de destinar horas passeando com cães, mas não se oferecem para levar os idosos num dia de sol na pracinha mais perto de casa.
Solidarizam-se com semelhantes somente na época do natal e acreditam que estão aumentando seus créditos com Deus para após a morte entrarem no céu. Ora, está na hora de se trabalhar o hoje. Viver e atuar com espírito de grupo, compartilhando e ajudando no que for possível.
Bem perto da sua casa há um posto de saúde, um hospital, uma escola, uma creche. Por que não ajudar com uma hora por dia como voluntário. Há tantas maneiras de colaborar que você vai se surpreender quando conhecer o interior dessas repartições.
No Instituto dos Cegos de Londrina, estado do Paraná, por exemplo, os voluntários anônimos, gravam fitas de livros inteiros, poesias, contos, crônicas, para que todos os deficientes visuais possam ter a _leitura auditiva_. Um trabalho emocionante porque proporciona uma viagem pelo universo da imaginação.
Nos hospitais que tratam do câncer em vários pontos do país, o expediente administrativo pode ser auxiliado com o mínimo de domínio do computador, para ajudar no preenchimento dos formulários, por exemplo. Ou ainda auxiliar na cozinha, recolher donativos, levar uma palavra aos doentes ou simplesmente visitar as pessoas que estão internadas.
Nas creches, que tal servir a merenda para as crianças uma vez por dia? Compartilhar do momento do recreio e voltar no tempo, para que a dormência lúdica que existe em cada um de nós floresça novamente e produza em nosso metabolismo as boas endorfinas da alegria e felicidade.
Pessoas aposentadas e felizes, em muitas partes do país, se solidarizam com escolas de periferia e lá ensinam crianças a jogar xadrez, dama, dominó e a montar os deliciosos quebra-cabeças. São essas atividades que fazem as crianças e os jovens terem a boa disputa esportiva e conhecer a verdadeira relação de vitória e derrota. Molda-se o caráter através da prática do raciocínio. Não há agressões de impactos.
Ações voluntárias fazem muita diferença porque estreitam laços, resgatam convívios de amizade, eliminam a vaidade humana e aproximam as pessoas no entendimento de que o bom mesmo na vida é ser e não ter.
Aos que desejarem orientações para encontrar uma vaga de serviço voluntário ou outras informações sobre o tema, podem procurar o Planeta Voluntários é um site não governamental, apartidário e ecumênico, criada em maio de 2009, com a visão de desenvolver a cultura do trabalho voluntário organizado, que leva o serviço voluntariado a auxiliar milhões de brasileiros e entidades que necessitam de todo tipo de ajuda.
O site conta com uma Rede Social que cruza as informações dos voluntários com as instituições cadastradas, sendo um elo entre elas.
Fonte: Marcio Aurelio - Agencia Nacional de Notícias.
contato@agencianacionaldenoticias.com.br
Tel: (43) 3037-1240.
Caixa Postal: 7016 / Londrina / Paraná / Brasil.
CEP: 86050-981.
André Oliveira*-
Diretor da CredFácil - Colaborador do Planeta Voluntários.
http://www.planetavoluntarios.com.br
Doutorado em Ciências da Reabilitação UNISUAM.
Recomendado pela CAPES em 2015, o Doutorado em Ciências da Reabilitação da UNISUAM é o único no Estado do Rio de Janeiro, com perfil multidisciplinar, pois agrega todos os profissionais que possuam como foco principal a investigação de temáticas que contribuam para a construção de evidências cientificas em reabilitação.
Esta configuração possibilita a capacitação interdisciplinar de pesquisadores independentes e docentes de distintas formações acadêmicas, que atuam ou pretendem atuar com reabilitação e promoção da saúde, articulando ensino e pesquisa.
O Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação é inovador na constituição de suas linhas de pesquisa, uma vez que além das linhas de pesquisa mais tradicionais em Reabilitação – Avaliação Funcional em Reabilitação e Abordagem Terapêutica em Reabilitação – conta com a linha Avaliação e Intervenção no Esporte Adaptado que inclui o estudo de intervenções para prevenir e recuperar lesões advindas da prática esportiva adaptada e otimizar o desempenho funcional de paratletas.
Ao ofertar o curso de Doutorado em Ciências da Reabilitação, a UNISUAM cumpre sua missão de contribuir com a formação de excelência de recursos humanos para exercer a pesquisa de forma autônoma, com capacidade de inserção em programas já consolidados ou criar e desenvolver novos núcleos de pesquisadores em centros emergentes, além de exercer a docência altamente qualificada.
Coordenação: Prof. Dra. Sara Menezes.
Coordenação Adjunta: Prof. Dr. Arthur de Sá Ferreira.
Informações:
Secretaria do Mestrado e Doutorado em Ciências da Reabilitação:
Tel.:(21) 3882-9797 ramal: 1012
E-mail: secretariacr@unisuam.edu.br
Endereço: Praça das Nações, 34 - Bonsucesso – Rio de Janeiro.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Intelectuais da Igreja na Baixa Idade Média: nas Universidades.
Por Vitor Reis*, Renato Queiroz**.
RESUMO:
Este artigo tem como assunto central. Os Intelectuais na Idade Média, e trazendo todo o seu contexto histórico. Na Baixa Idade Média, e tratando especialmente dos Intelec-tuais nas Universidades Européias. Sua origem, sua importância. E como a Universida-de se tornou uma grande questão política e cultural.
SUMMARY:
This article has as its central subject. Intellectuals in the Middle Ages, and bringing all their historical context. In the Middle Ages, and especially in the case of Intellectuals in European Universities. Its origin, its importance. And as the University became a major political and cultural issue.
A Sociedade Européia Medieval era plural, como em todo momento histórico teve questões culturais, religiosas, institucionais que deixaram cicatrizes fortíssimas de herança nas gerações vindouras. O Período que nomeado de a Noite de Mil Anos, pe-los Iluministas dura cerca de dez séculos (V-XV). Dois pontos são de destaque: primei-ro, que para muitos Historiadores é considerada uma extensão da Idade Antiga. E se-gundo, sobre esta Sociedade que será construída a Europa Moderna.
O fim da Idade Média é um período de agitação. A queda do surto demográ-fico, depois o seu refluxo agravado pelas fomes a pestes, das quais a de 1348 foi catastrófica, as perturbações na alimentação da economia ocidental em metais preciosos que provocam fome de prata e depois de ouro, fome agudi-zada pelas guerras – guerra dos Cem anos, guerra das Duas Rosas, guerras Ibéricas, guerras italianas -, tudo concorre para acelerar a transformação das estruturas econômicas e sociais do Ocidente. A evolução da renda feudal, que massivamente assume forma monetária, perturba as condições sociais. Aprofunda-se o fosso que separa as vítimas dos beneficiários desta evolução. A linha divisória passa pelo centro das classes urbanas (LE GOFF, 1984, 125).
Para Franco Cambi, O “Outono da Idade Média” chega devido ao desequilí-brio que entra a Baixa Idade Média. É em meio a todo esse caos. É o Poder Político que vem socorrer O Poder Econômico. A tal ponto que ocorre uma simbiose entre e Poder Político e o Poder Econômico, onde não se enxerga. O Primeiro e o Segundo e nem tão pouco o seu início e o seu fim. Pois, a Idade Média é uma Sociedade de pouco ou nenhuma mobilidade social. Dependendo de relações interpessoais com o Rei e a Nobreza, para mover-se socialmente. E é Jacques Le Goff, que nos esclarece isso:
O poder político vem em auxílio das forças econômicas. Durante séculos vai sustentar o Antigo regime. É a era do Príncipe. É servindo-o, fazendo, poder, seu funcionário ou cortesão, que se ganha riqueza, poder, prestígio. Com-preenderam-no os antigos poderosos, que se ligam às tiranias e às monarqui-as ao mesmo tempo em que outros homens vindos de novo, que se insinuam entre eles graças ao favor do príncipe.
Neste contexto vai desaparecer o Intelectual da Idade Média. O Primeiro plano da cena cultural vai ser ocupado por uma nova personagem; o Huma-nista. Mas este só no fim dará o empurrão que fará desaparecer o seu ante-cessor (LE GOFF, 1984, 126).
Para Maria L. de Arruda Aranha, as Universidades Medievais são uma releitura das Universidades Superiores da Idade Antiga, que serve como um paradigma para a cultura. Assim, a Universidade não tinha conotação alguma ligada a ensino ou Educa-ção. No entanto, representava toda e qualquer Assembléia Corporativa de profissio-nais, que acaba sofrendo influencia burguesa esperançosa de mobilidade social.
Ambos, Le Goff e Aranha são unânimes quando destaca Pedro Abelardo como o mais atraente dos Intelectuais da Idade Média, quando se fala em poder de discursar. No Século XII as Universidades tendem a reler-se internamente para dar conta de atender os novos atores sociais medievos, que a cada instante modernizava-se. Assim, que conforme aumenta o status da Universidade muda no tempo. A Instituição passa a ser alvo de disputa entre os reis e a Igreja, isso é um fenômeno quase que universal no tempo medievo.
A universidade mais Antiga que se tem notícia talvez seja a de Salerno, na Itá-lia, que oferecia o curso de Medicina, desde o século X. No final do século XI (em 1088) foram criadas as universidades de Bolonha, na Itália especializada em Direito, e no século seguinte, a de Teologia, em Paris. Na Inglaterra desta-cam-se a de Cambridge e a de Oxford, com predominante interesse estudos pelos estudos científicos como matemática, física e astronomia. Outras for-mam criadas em Montpellier, Salamanca, Roma e Nápoles. Nos territórios Germânicos, as Universidades de Praga, Viena, Hiedelberg e Colônia só apre-cem ao final do século XVI. Ao longo da Idade Média foram fundadas mais de oitenta na Europa Ocidental (ARANHA, 2006, 110 p.).
Para acrescentar no assunto da origem das Universidades. Segundo Mario Alighero Manacorda, a origem se situa no anseio de Clérigos em busca Mestres famo-sos, que deste nasce o fenômeno chamado Clerici Vagantes. Condenado pelas Autori-dades Eclesiásticas.
Segundo Antonio Gramsci, na sua obra: A formação dos Intelectuais. Todo e qualquer grupo social tem seus Intelectuais. Portanto é algo enigmático conceituá-lo. Existem dois padrões triviais. O primeiro é o Intelectual Orgânico. Esse é oriundo de uma categoria importante do modelo de produção vigente. O Empresário Capitalista é um padrão deste modelo de intelectualidade, ainda que sendo da prateleira de cima do resíduo social, é um orientador e direcionador das massas. Ocorre uma situação relacional da atividade intelectual e a própria sociedade
Prosseguindo, Gramsci em sua obra destaca outra categoria de Intelectuais: Os Eclesiásticos. Destacando que, para Gramsci em toda a sociedade existem Intelectuais Tradicionais. E o resíduo de ideologias econômicas, ou seja, os novos Intelectuais – são os Revolucionários.
No pensamento de Gramsci ocorreu um domínio dos Intelectuais Eclesiásticos, na Noite Gótica, na Noite de Mil anos – Idade Média. Tudo que tocavam dominavam como um grande polvo: a Ciência; a Justiça; a Moral; a Filosofia; a Escola; o Ensino. E todas as Instituições que pudesse erguer um poder concorrente. Tornando-se uma In-telectualidade Orgânica com estreitos laços com dominadores Sociais. Tudo isso tinha um preço, as rivalidades se aguçaram. Nesse período arvora também a Aristocracia Togada. Conjuntamente, a pluralidade de Mentalidade Tradicional é uma ajudadora mútua na história, para se conservarem independentes e ornados de um memorial autônomo.
No Ponto de vista de Gramsci é errôneo o Trabalho Intelectual do conjunto de relações sociais. Igualmente, cada respectivo grupo que os representam – admiti toda a complexidade orgânica e generalista da Sociedade. Todos nós seres humanos somos Intelectuais, e discordando em suas posições profissionais. A separação é devido a re-ferendar-se ao caráter profissional. Assim para Gramsci não existe o não intelectual. A divisão social do trabalho é a expressão da fragmentação da Sociedade. A desigualda-de social atinge e divide o trabalho intelectual e manual; citadino e campestre. Assim. O tipo de divisão de trabalho corresponde á estrutura de Classes da Sociedade.
Como os universitários enobreceram-se? Primeiramente, tornou-se uma Classe ou Estamentos de privilégios. Em meio a um tempo tão áridos economicamente, eles lucram com os pagamentos de lições. Mesmo com a oposição da Igreja. Originam-se uma redução de ensino gratuito nas universidades, com base me seus respectivos esta-tutos.
Assim se extingue essa alimentação das universidades em estudantes de condição modesta, que tinham sido o fermento das faculdades. A partir de então, não mais a elas terão acesso, a não ser aqueles que forem sustentados por um protector desejoso de retê-los junto de si ou aqueles que se conten-tarem com uma existência de boêmia onde as ambições intelectuais são se-cundária – um Villon ( LE GOFF, 1984, 127p.)
Um exemplo de excentricidade ocorreu na decisão dos Doutores em Direito da universidade de Pádua. Mostra à proporção que as coisas tomaram na relação Mes-tre-Estudante. Por volta de 1400 elaboram um estatuto, que estabelecem uma escala gradativa de aumento de remuneração dos Mestres, de contra partida os Estudantes Bolsistas mantém suas Bolsa congeladas. Isso mostra outra simbiose entre a Política Universitária e a Economia Européia de 1450-500. Essas Autoridades quando tomam tal atitude, com o objetivo de não estabelecer ligação entre o custo de vida e os salá-rios. Percebe-se uma ligação estrita entre economia e Educação. Os Universitários flutuam em torno de Estamentos Sociais que vivem de modo econômico feudal: quer feudal-tradicional; feudal-senhorial e feudal-capitalista. Até porque é deste modelo econômico que os Universitários construíram suas maiores fontes de renda. Mesmo em meio aos caos Social, que vivia a Idade Média do século XIII em diante. A vida de Universitário não era tão glamorosa assim, existe outro lado da moeda:
Assiste-se à decadência da riqueza de numerosos Universitários, casa e ter-ras vendidas uma a uma. Daí a obstinação no recebimento de outros proven-tos: pagamentos dos estudantes, salários devido aos exames. Daí também a renovação de parte do pessoal universitário, com base nas suas possibilida-des econômicas. Daí, finalmente, as razões de natureza financeira que lava-rão os universitários para novos centros de riqueza, para cortes dos prínci-pes e dos mecenas eclesiásticos ou laicos (LE GOFF, 1984, 129p.)
Quando olhamos a Sociedade Medieval pelo prisma, de Durkheim os Intelectu-ais estavam inseridos em uma Sociedade de pouca mobilidade, de uma Solidariedade Mecânica, ou seja, o indivíduo é tratado como coisa. Uma Sociedade com o Direito Repressivo (baseado em prevenções); sem a divisão social do trabalho; a Consciência era pequena; as funções no trabalho eram iguais; uma Sociedade com pouca diferen-ciação social; uma Sociedade Linear e menos dependente que a Moderna.
A Sociedade Medieval baseada na diferença entre a superioridade do Clero e Nobres por situarem no primeiro Estamento Social. Na lógica do tempo Medievo é natural. O Sociólogo Marx Weber, o Estamento é baseado em tradição; sangue; Famí-lia; é um grupo restrito; o dinheiro na lhe dá acesso, e esta Sociedade é adestrada com o a dominação tradicional . O Social e Político atingiram questão da Educação. Agora, na Educação ergue-se uma espécie de Nobreza. Constrói-se toda uma estrutura para se acomodar-se sobre ela sem maiores problemas.
Em Pádua é decretada em 1394 a entrada gratuita no colégio dos juristas pa-ra todo doutor que pertença à descendência masculina de um doutor, mes-mo que um dos intermediários não tenha sido doutor. Em 1409 precisa-se que um filho de doutor deve ser sujeito a exame gratuitamente. Esta forma-ção de uma Oligarquia Universitária contribuía simultaneamente para reduzir significativamente o nível intelectual e para conferir ao meio universitário uma das características essenciais da nobreza: a hereditariedade. Constituía-se uma casta (LE GOFF, 1984, 129p.).
Os Universitários adotam uma vida que muitas vezes não podiam sustentar por muito tempo era um risco a ser corrido, pois queriam conquistar a Nobreza. E move se todas as peças do tabuleiro para fazer parte da mesma.
Para ascenderem a uma aristocracia, os universitários adoptam um dos habi-tuais dos grupos e dos indivíduos dos grupos e dos indivíduos para ingressa-rem na nobreza [...]
Dos seus hábitos e dos atributos da sua função faz em símbolos de nobreza. A cátedra, cada vez mais decorada de um espaldar de características senhori-ais, isola-os, exalta-os, glorifica-os [...]. As casas dos universitários tornam-se luxuosas [...]. Os túmulos são verdadeiros monumentos [...] (LE GOFF, 1984, 130p.).
Para Le Goff, a Ciência tornou-se uma ferramenta de poder político e econômi-co. São os Intelectuais que volumeiam as fileiras que faz distanciamento entre o tra-balho manual do intelectual – divide as profissões. Efetua-se uma separação oficial entre o técnico e o científico. Toda essa aristocratização da Sociedade desdobra-se no grau de importância que ganha a Instituição chamada Colégio. Muitos são notáveis sem dúvida tomam uma proporção institucional incrível. Todavia, o grande destaque ainda eram as Universidades.
As universidades tornavam-se assim potências ancoradas no meio do tempo-ral, proprietários cujas preocupações econômicas a administração dos negó-cios corporativos, das casas senhoriais. Os selos que haviam sido a insígnia da corporação transformavam-se nas armas da dama (LE GOFF, 1984, 134 p.).
Outro ponto a ressaltar é a Escolástica, que é mais nobre das expressões da Filosofia Cristã Medieval. Seu auge é no século XII-XIII. Assim, nomeada por se lecio-nada nas Escolas. Scholacsticus era o nome dado a quem lecionava das artes liberais, que mais a frente atingiria os professores e Teologia Filosofia, sobre uma nova no-menclatura magister. A Escolástica cumpre um grande papel para os Intelectuais na Idade Média.
Após o trabalho enciclopédico dos sábios da primeira parte da Idade Média, a escolástica iniciou a sistematização da doutrina, recorrendo cada vez mais ao concurso da razão. As Universidades serão o foco, por excelência, dessa fermentação intelectual. Até entre os fiéis, mesmo quando não se despreza-va a religiosidade, o gosto pelo racional se tornava evidente. Enquanto na Idade Média, com a urbanização, a sociedade tornou-se mais complexa e as heresias aumentaram, prenunciando as rupturas na unidade secular da Igreja (ARANHA, 2006, 114).
O Divórcio entre a razão e a fé tem como referencial o franciscano Guilherme de Ockham. É a partir dele que a Teologia começa se perseguida pela Escolástica. Nasce uma busca pela estabilidade “Fe-razão”. A Origem da separação está em Duns Escoto. Para Duns Escoto, Deus é um ser tão acima da percepção humana, que razão humana não tem como dimensioná-lo. Pois, Deus está no cerne da Teologia, e conse-guintemente fora do alcance da razão. Ockham conduz a ideia de Duns Escoto, e de-pois de Ockham as questões redimensionam-se.
Depois de Ockham, as questões diminuem em número e concentram cada vez mais sobre a omnipotência e o livre arbítrio. Simultaneamente rompe-se todo e qualquer equilíbrio entre a natureza e a graça. O homem pode cum-prir com tudo aquilo que Deus exige dele, mesmo que esteja fora da graça. O ensino dogmático perde todo o alcance. O conjunto dos valores acha-se sub-vertido. O bem e o mal já se não excluem necessariamente. As forças huma-nas não podem ser discutidas senão em termos naturais, confrontadas com a experiência (LE GOFF, 1984, 137p.).
O grande acontecimento a destacar é que muitos dos Sábios Medievos tinham Instituições de grande destaque, que num determinado momento sai da inércia medi-eval, e rumam para escavara às bases do Renascimento. Que é fruto de embate, relei-tura, e inovação de diversas ideologias. A Escolástica é sepultada pela Ciência Racional sem sequer ter um enterro de honras. Consequentemente, os Universitários se unem a Espiritualidade Humanística.
Resta acrescentar que eles contribuíram poderosamente para o descrédito do racionalismo que, ele, teria sido capaz de moldar os espíritos dos intelec-tuais e de lhes dar, mais cedo, hábitos mentais e métodos necessários ao progresso da ciência. Enveredaram por becos sem saída (LE GOFF, 1984, 139 p.).
As ideias políticas e o momento histórico do final da Idade Média elevam as Universidades de simples Instituições de “debates” para uma Instituição Política, ativis-ta. Uma referência a inspiração de um sentimento romântico nacional. Pois, contribu-em para uma nova ideia de Estado. Vem á tona uma busca pela afirmação de um: Es-tado Laico, Autônomo, que tinha como principal meta era o divórcio do Direito e a Moral.
O Estado todo-poderoso reivindica todos os direitos relativos à vida social cu-ja unidade é fortemente proclamada, detém o poder legislativo, executivo, jurídico. É universal: num dado território nenhum súbdito pode escapar á au-toridade do príncipe. Concretamente, o Estado laico não se satisfaz com a re-jeição da Igreja para o domínio espiritual; reclama para si mesmo a uma mis-são espiritual, o direito de administrar também esse domínio (LE GOFF, 1984, 147 p.).
As Universidades com essas ideias darão muitos frutos, e dentre eles muitos arautos, ainda que paradoxais, e divergentes como: Maquiavel; Lutero; Hobbes; Rous-seau. Todavia, o grande destaque é Ockham, devido as suas ideias visionárias no sécu-lo XIV.
As teorias políticas de Ockham e o averroísmo político se defendem uma te-se extrema ultrapassando em muito as condições do século XIV, mas que te-ve um eco considerável – estão de acordo com uma tendência geral da re-flexão intelectual aplicada ao exame da evolução política. Essa tendência, toma partido pela fragmentação da cristandade. Adopta o particularismo (LE GOFF, 1984, 147 p.).
A universidade de Praga é primeira que podemos chamar da Nacional. É ergui-da em um ambiente turbulento. A Instituição não é diferente das outras Universidades é dominada pelos Mestres e Estudantes Alemães. E se multiplicam quando se mudam de Paris na época do Grande Cisma. Agora, tem embates étnicos e corporativistas. Os Estudantes Alemães não tardam a erguer Leipzig, e a deixar Praga. Outra Insti-tuição de destaque é a universidade de Paris, que tem codinome de “a Filha mais ve-lha do rei da França” e a grande Juíza Teológica. A sua reputação é imensurável, mais ainda tem uma relação íntima como o Papado. Mas, ela não escapa do efeito do Cis-ma – desequilibra-se, tendo que fazer uma escolha. Fica com o Papa da Avinhão. Ao mesmo tempo, que tem o amparo papal, quer uma relação mais direta e íntima coma a Monarquia.
Assim, as Universidades triunfam no Concílio de Constança e é apenas uma fi-gura decorativa do Concílio da Basiléia. As Universidades se abriram ao Humanismo ao se distanciarem do domínio Papal. Os Humanistas viviam sob a diretriz monárquica: servia-a diariamente; no silêncio dos Castelos; na tranqüilidade; na ociosidade. “Assim abandonam os humanistas uma das tarefas fundamentais do intelectual, o contacto com a massa, a ligação entre a ciência e o ensino” (LE GOFF, 1984, 165 p.). Este colap-so só chega ao fim com a Contra-Reforma. Ainda na questão dos humanistas é só ob-servar como Le Goff descreve-o sinuosamente:
...Se o Intelectual da Idade Média acabou por atrair a sua vocação para cienti-ficamente, fê-lo renegado a sua própria natureza. Humanista toma aberta-mente o espírito, o gênio por divisa, mesmo quando fraqueja sobre os textos ou quando a sua eloqüência soa falso. Escreve para os iniciados...
Sim o ambiente que nasce o humanista é muito diferente do buliçoso estalei-ro urbano – aberto a todos, interessado em fazer progredir simultaneamente todas as técnicas e em unificá-las numa economia comum – em que se for-mara o intelectual medieval.
O meio ambiente do humanista é o do grupo, da Academia fechada e quando o verdadeiro humanismo conquista Paris não é ensinado nas Universidades, mas nessa Instituição destinada a uma elite: o Colégio dos Leitores Reais, o futuro Colégio da França (LE GOFF, 1984, 161 p.).
Outro grande nome re forçar a posição de Le Goff, quanto ao Humanismo é Manacorda na particularidade que tem o humanista:
Humanismo nasce aristocrático, e, embora nenhum outro movimento cultu-ral tenha dedicado maior atenção, todavia o renovado contato com os clás-sicos gera nos novos intelectuais uma aversão não somente pela cultura me-dieval, mas também pela sua forma tradicional de transmissão, a escola (MA-NACORDA, 2006, 175p.).
Em suma, a Universidade é uma Instituição chave para entender a Intelectuali-dade da Sociedade Medieval. É o centro da Intelectualidade, e uma peça importante que passa a interessar o Papado e o Rei. A Universidade e os Intelectuais sofrem com os acontecimentos externos como os próprios fenômenos sociais: O Cisma do Oriente e o Humanismo. Mas, elas estavam sempre sofrendo releituras. Uma Instituição que começa com a função de debate se transforma utilidade, e ás vezes em árbitra teoló-gica. Ganham status e força. E sem dúvida, que os principais intelectuais da Idade Mé-dia saíram das Universidades.
Bibliografia:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação de da Pedagogia: geral e do Brasil. 3ª Ed. Ver e ampli. São Paulo. Moderna, 2006.
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução: Álvaro Lorencini. São Paulo. Fundação Editora da UNESP (FEU), 1999.
LE GOFF, Jacques. Os Intelectuais na Idade Média. Tradução: Margarida Sérvu-lo Correia. 2ª Ed.? Editora Gradiva, 1984.
GRAMSCI, Antonio. A Formação dos Intelectuais. Tradução e notas: Serafim Ferreira. Editora Robson Achimé, Rio de Janeiro?
MANACORDA, Mario Alighiero. História da Educação: da antiguidade aos nos-sos dias. Tradução: Gaetano Lo Monaco; revisão da tradução Rosa dos Anjos Oliveira e Pablo Nosella. 12ª Ed. São Paulo. Cortez, 2006.
QUINTANEIRO, Tania et al. “Um toque de clássicos: Marx; Durkheim; Weber. ED. UFMG, Belo Horizonte, 2007.
Vitor Reis* - Renato Queiroz** São Acadêmicos do Curso de História do Centro Universitário ABEU. Contato com os autores em (reisdemelovitor@yahoo.com.br).
Artigo aprovado e indicado para publicação por Ch Penha Projetos Educacionais em 03 de junho de 2015. Acesso em http://chpenhaprojetoseducacionais.blogspot.com.br
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